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SETORES EMPRESARIAIS RECEBEM POSITIVAMENTE REDUÇÃO DOS JUROS

19 de fevereiro de 2018

Os setores empresariais receberam positivamente a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de promover um novo corte na taxa Selic, uma vez que as taxas de inflação situam-se abaixo da meta estabelecida pelo Banco central.
 
Mas manifestam preocupação com a deterioração das condições macroeconômicas caso a reforma da Previdência não avance no Congresso, o que colocaria em risco a manutenção do atual nível dos juros.
 
– A manutenção dos juros neste patamar exige rigor com o ajuste fiscal, e o equilíbrio permanente das contas públicas depende, sobretudo, da aprovação da reforma da Previdência — disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, lembrando que o risco de mudanças no cenário internacional, com a aceleração da alta dos juros nos Estados Unidos, e a consequente retração da liquidez mundial, adiciona um novo elemento de risco que pode limitar novas quedas na taxa Selic.
 
Para a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), a redução do ritmo de corte da Selic se explica principalmente pela incerteza quanto à aprovação da reforma da Previdência. “Afinal, o equilíbrio das contas públicas depende dela.
 
Por isso, reforçamos a urgência do Congresso Nacional aprová-la ainda no primeiro trimestre, sob pena de termos mais um ano de baixo crescimento, combinado com inflação e juros mais altos”, disse a entidade em comunicado.
 
Para o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, embora a selic tenha recuado ao seu menor nível histórico, os juros para o tomador final de crédito no Brasil ainda estão entre os maiores do mundo.
 
— As altas taxas para o tomador final retiram poder de compra das famílias, inibem o investimento e a geração de emprego por parte das empresas e dificultam a retomada do crescimento.
 
Por isso, o Banco Central precisa deixar de só fazer ameaças ao sistema bancário. Tem que tomar ações incisivas para reduzir a taxa de juros ao tomador final — diz Skaf.
 
Na avaliação do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic deve ser o último recuo do ciclo de queda da taxa de juros, iniciada em agosto de 2016.
 
Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, a inflação em baixa e o ritmo ainda vagaroso do crescimento favoreceram a continuidade da queda dos juros, mesmo em um ritmo mais lento.
 
No entanto, acrescenta ele, as incertezas de um ano eleitoral devem fazer o BC interromper o ciclo de queda.
 
— A inflação continua baixa, nos menores níveis desde o início do plano Real. Por outro lado, a expectativa é de que o IPCA volte a se aproximar da meta chegando a 4% ao final deste ano, fato que, somado à expectativa de que a recuperação econômica ganhe velocidade ao longo do ano, faz com que o espaço para novas quedas significativas fique cada vez menor — avalia Pellizzaro.
 
Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, ao manter o ritmo “conta-gotas” de redução nos juros, o BC acerta no remédio mas erra na dose ao cortar muito pouco.
 
— A redução anunciada é muito tímida. Os trabalhadores almejam por uma queda drástica na taxa de juros — diz.
Fonte: PEGN